Fui vítima do APAGÃO!!!
Isso mesmo. Acabam de cortar a luz da minha casa e, por incrível que pareça, não fo ipor causa de falta de pagamento - foi por causa do apagão.
Quando a meta da minha casa foi estipulada, moravam lá um adulto e duas crianças. Hoje moram três adultos e três crianças. A minha meta foi revista, claro, mas claro que não foi o bastante...
Agora, sim... Agora eu entendo quão injusto é esse negócio de apagão. Nunca fui a favor, mas ainda não tinha sentido este efeito... Tudo bem que estava doendo no bolso, mas a dor era pequena... Agora vai ser foda... Não sei ainda como fazer, o que fazer e para onde ir...
Paciência. Dá-se um jeito... Mas que eu fiquei muito puto, fiquei...
terça-feira, outubro 16, 2001
quinta-feira, outubro 11, 2001
Outra coisa sobre a qual eu preciso falar... O Vasco!
O que foi aquilo que o Hélio dos Anjos fez ontem?
Vamos raciocinar: o time precisava vencer 7 de 11 partidas a serem disputadas daqui até o final do brasileiro. Euller fora, Juninho sentindo a marcação e mesmo a falta do Euller. A bola não estava chegando no Romário. O melhor jogador de meio / frente era, sem dúvidas, o Léo Lima (esse garoto é bom de bola).
Tomamos o primeiro gol. Normal. O jogo não estava mesmo muito bom pra gente. Mas num lance ridículo o Géder fez um pênalti absurdo e foi expulso.
O Géder merece punição por isso, pois foi infantil. E o segundo gol desestabilizou a equipe.
Até aí, são coisas que acontecem nas partidas. Normal...
Aí veio a substituição: João Carlos (zagueiro) no lugar de Léo Lima. Recapitulando: o time precisando vencer e perdendo de 2x0, o cara me tira o melhor jogador de ligação do time.
Ora, perdido por 2x0 ou 10x0 dá no mesmo, são 3 pontos a menos...
Primeiro, o pênalti aconteceu no final do primeiro tempo - daria para esperar o intervalo para mexer.
Segundo, poderia tirar o Rafael, colocar o João Carlos, atrasar os homens de marcação do meio (Donizete e Fabiano) transformando um deles no terceiro zagueiro e completar o meio de campo com Léo Lima e Gilberto - Juninho e Romário na frente. Estou louco?
O tal do esquema com 3 zagueiros só é ruim no time do Felipão, que joga com três zagueiros e dois cabeças de área (ou seriam de bagre) de marcação. Aí fica mesmo difícil fazer gol...
Mas, voltando a falar do Vasco, é isso que dá derrotar um time por 7 a 1 e em seguida contratar o treinador perdedor... Existe isso?
O que foi aquilo que o Hélio dos Anjos fez ontem?
Vamos raciocinar: o time precisava vencer 7 de 11 partidas a serem disputadas daqui até o final do brasileiro. Euller fora, Juninho sentindo a marcação e mesmo a falta do Euller. A bola não estava chegando no Romário. O melhor jogador de meio / frente era, sem dúvidas, o Léo Lima (esse garoto é bom de bola).
Tomamos o primeiro gol. Normal. O jogo não estava mesmo muito bom pra gente. Mas num lance ridículo o Géder fez um pênalti absurdo e foi expulso.
O Géder merece punição por isso, pois foi infantil. E o segundo gol desestabilizou a equipe.
Até aí, são coisas que acontecem nas partidas. Normal...
Aí veio a substituição: João Carlos (zagueiro) no lugar de Léo Lima. Recapitulando: o time precisando vencer e perdendo de 2x0, o cara me tira o melhor jogador de ligação do time.
Ora, perdido por 2x0 ou 10x0 dá no mesmo, são 3 pontos a menos...
Primeiro, o pênalti aconteceu no final do primeiro tempo - daria para esperar o intervalo para mexer.
Segundo, poderia tirar o Rafael, colocar o João Carlos, atrasar os homens de marcação do meio (Donizete e Fabiano) transformando um deles no terceiro zagueiro e completar o meio de campo com Léo Lima e Gilberto - Juninho e Romário na frente. Estou louco?
O tal do esquema com 3 zagueiros só é ruim no time do Felipão, que joga com três zagueiros e dois cabeças de área (ou seriam de bagre) de marcação. Aí fica mesmo difícil fazer gol...
Mas, voltando a falar do Vasco, é isso que dá derrotar um time por 7 a 1 e em seguida contratar o treinador perdedor... Existe isso?
Ontem eu fui abordado por uma pessoa no sinal. Um jovem, negro, vestindo calças jeans e uma camisa de malha azul que estendeu a mão para dentro do carro para me comprimentar enquanto falava:
- Bom dia, meu nome é "fulano" (não me lembro), tudo bem com o senhor?
E eu, apertando sua mão, respondi:
- Tudo bem. E você?
- Tudo bem, graças a Deus. Bom, senhor, eu tenho AIDS e espero que o senhor não tenha nenhum tipo de preconceito. - e me mostrou um crachá onde só consegui ler "Prefeitura de Vitória" e ver uma daquelas fitinhas vermelhas de campanhas de combate à AIDS. Ele continuou:
A Prefeitura está nos cerdenciando a pedir ajuda nas ruas, e este crachá é provisório. O motivo é que não existem remédios para o tratamento da AIDS nas farmácias públicas e por isso eu gostaria de contar com a sua ajuda, dentro do possível.
Eu estava realmente sem dinheiro, peguei tudo que tinha (uma nota de R$ 1,00) e dei a ele.
Até agora não sei dizer qual foi minha reação. Por um lado, me percebi uma pessoa sem preconceito. Eu não senti absolutamente nada diferente por ter apertado a mão dele, e acho que isso nunca havia acontecido comigo - não que eu tivesse consciência. Por outro lado, o fato de ter ficado impressionado (mesmo que positivamente) com a abrodagem me deixou uma dúvida - será que isso não é, no fundo, um preconceito?
Eu precisava falar sobre isso... Falei, pronto.
- Bom dia, meu nome é "fulano" (não me lembro), tudo bem com o senhor?
E eu, apertando sua mão, respondi:
- Tudo bem. E você?
- Tudo bem, graças a Deus. Bom, senhor, eu tenho AIDS e espero que o senhor não tenha nenhum tipo de preconceito. - e me mostrou um crachá onde só consegui ler "Prefeitura de Vitória" e ver uma daquelas fitinhas vermelhas de campanhas de combate à AIDS. Ele continuou:
A Prefeitura está nos cerdenciando a pedir ajuda nas ruas, e este crachá é provisório. O motivo é que não existem remédios para o tratamento da AIDS nas farmácias públicas e por isso eu gostaria de contar com a sua ajuda, dentro do possível.
Eu estava realmente sem dinheiro, peguei tudo que tinha (uma nota de R$ 1,00) e dei a ele.
Até agora não sei dizer qual foi minha reação. Por um lado, me percebi uma pessoa sem preconceito. Eu não senti absolutamente nada diferente por ter apertado a mão dele, e acho que isso nunca havia acontecido comigo - não que eu tivesse consciência. Por outro lado, o fato de ter ficado impressionado (mesmo que positivamente) com a abrodagem me deixou uma dúvida - será que isso não é, no fundo, um preconceito?
Eu precisava falar sobre isso... Falei, pronto.
quinta-feira, setembro 27, 2001
Mensagem importantíssima para todos os milhões de usuários e visitantes deste blog.
A partir de hoje, estamos com um contador funcioanando no blog. Isso significa que eu vou rastrear o comportamento online de todos vocês que visitam meu blog - o que é ótimo para um cara como eu, que não tem memória, saber o que fiz antes de entrar no blog, afinal, sou o único usuário / visitante.
A partir de hoje, estamos com um contador funcioanando no blog. Isso significa que eu vou rastrear o comportamento online de todos vocês que visitam meu blog - o que é ótimo para um cara como eu, que não tem memória, saber o que fiz antes de entrar no blog, afinal, sou o único usuário / visitante.
Preciso fazer uma homenagem póstuma (?)...
O nome desse blog foi inspirado numa pessoa real, de quem vou poupar o nome (como se todos que lêem este blog não soubessem).
Logo que começou a trabalhar conosco, numa reunião, ela usou a expressão "What a hell is this?" sem a menor necessidade, o que causou um primeiro impacto no resto da equipe: "Metida, nojenta"...
Não foi o conteúdo, mas a forma da expressão, em inglês "impecável", que causou a reação. Além disso, outras expressões em inglês foram utilizadas por ela na mesma reunião, quase todas sem necessidade, numa forçação de barra até comum neste mercado de internet, mas que nossa equipe sempre repudiou.
Depois disso, a expressão passou a ser usada em várias situações internas (longe dela, claro), e eu resolvi colocar este nome no meu blog.
Pois bem. A homenagem consiste apenas em registrar a história, principalmente porque amanhã é o último dia dela trabalhando conosco (por isso a expressão "póstuma") e eu iria acabar me esquecendo what a hell is this fucking name!!!
O nome desse blog foi inspirado numa pessoa real, de quem vou poupar o nome (como se todos que lêem este blog não soubessem).
Logo que começou a trabalhar conosco, numa reunião, ela usou a expressão "What a hell is this?" sem a menor necessidade, o que causou um primeiro impacto no resto da equipe: "Metida, nojenta"...
Não foi o conteúdo, mas a forma da expressão, em inglês "impecável", que causou a reação. Além disso, outras expressões em inglês foram utilizadas por ela na mesma reunião, quase todas sem necessidade, numa forçação de barra até comum neste mercado de internet, mas que nossa equipe sempre repudiou.
Depois disso, a expressão passou a ser usada em várias situações internas (longe dela, claro), e eu resolvi colocar este nome no meu blog.
Pois bem. A homenagem consiste apenas em registrar a história, principalmente porque amanhã é o último dia dela trabalhando conosco (por isso a expressão "póstuma") e eu iria acabar me esquecendo what a hell is this fucking name!!!
quarta-feira, setembro 26, 2001
Os ratos...
Um pequeno barco, ancorado num pequeno porto, numa pequena cidade, certa vez recebeu a visita de um grande nobre da região.
A tripulação esmerou-se em deixar o barco bem limpo, com o motor funcionando e mostrou-se muito receptiva à comissão do nobre.
Aquilo o encantou. E ele resolveu que iria comprar aquele barquinho. Ou melhor, ele iria transformar o barquinho num navio.
Com o seu dinheiro e seus conhecimentos, aquela tripulação iria longe, navegando pelos grandes mares, como os grandes navios já faziam. Iriam começar a concorrer com estes, antes vistos de longe e com admiração pelos tripulantes do barquinho, e a qualidade de seus serviços iria levá-los ao topo.
Dito e feito. Comprou o barquinho, aproveitou a tripulação, melhorou os equipamentos e máquinas e montou um navio. De primeira. Convidou os dois capitães do barquinho (que nem sabiam na verdade que eram capitães) a se juntar a ele no comando dessa grande embarcação.
Fizeram algumas viagens, mas sem muita emoção - algumas, aliás, eram de tédio absoluto. Até que um dia o grande nobre vislumbrou um novo roteiro de viagem, que jamais havia sido feito por nenhuma embarcação - nem barquinhos e nem navios...
Prepararam-se, planejaram tudo (o nobre comandante era um expert em planejamento), e começaram uma grande viagem.
Não sem antes aumentar a tripulação, afinal, o navio era muito grande para aqueles poucos. Ao fazer isso, conseguiram contratar marinheiros de qualidade, mas nem todos com a mesma qualidade dos primeiros - tanto que alguns deles se jogaram (ou foram jogados) ao mar na primeira tempestade. Outros, que deveriam ser jogados, aperfeiçoaram-se em servir ao nobre, tornando-se protegidos e livrando-se do "arremesso" precipitado. E não foram poucas as tempestades.
Mas eles não eram mais tripulantes de um barquinho, tinham estrutura e, principalmente, tinham um comando. E a cada tempestade que aparecia, o comandante, como um mágico, tirava de sua cartola uma nova solução.
O casco parecia furado, mas ele tirava a madeira de outro pedaço do navio e consertava o casco. E assim foram, mantiveram seu curso, naquele mar desconhecido.
Mas as madeiras para consertar o casco estavam se acabando. De tempos em tempos eles paravam em portos pelo caminho para tentar trazer para si outros tripulantes, outras mercadorias para transportar, gerando assim mais rendimentos para a companhia e mantendo-se firmes na viagem.
Era uma viagem longa e cansativa. As tempestades, cada vez mais, e maiores. Os tripulantes não tinham mais a mesma força para lutar contra as forças da natureza, e foram fraquejando, fraquejando...
E quando tudo parecia perdido, um motim parecia ser iminente, o capitão, sem descer de sua posição de nobre, anunciou, firme e convencido de si como sempre: -"Não se preocupem, marujos, pois eu tenho uma cartada com a qual nenhum de vocês contava...”.
Ao contrário de outras vezes, a tripulação não recebeu a novidade com empolgação. Mas ele continuou: -"Eu tenho aqui uma galinha que vai nos salvar". - As gargalhadas foram inevitáveis, mas ele esbravejou e exigiu silêncio: - "Tolos... Trata-se de uma galinha de ovos de ouro. Ela irá resolver todos os nossos problemas e nós vamos vencer, completar a viagem e ainda iremos rir muito de todas as tempestades que enfrentamos."
Mais uma vez, alguns se animaram com o anunciado - mas foram poucos. Mais precisamente, aqueles que mereciam ter sido jogados ao mar e não foram. E assim provaram mais uma vez para o nobre que mereciam permanecer a bordo...
A esta altura, os tripulantes do barquinho já não se preocupavam com nada além de manter suas próprias vidas, e para isso agarravam-se bravamente ao amor que tinham pelo mar e pela navegação.
Mas o comandante não temia nada... Mesmo nunca tendo comandado uma embarcação daquelas, mesmo sequer tendo sido marujo um dia, mantinha a certeza de que venceriam. E foi com esta perspectiva que ele, um dos maiores especialistas em planejamento, começou a dar a volta por cima.
Planejou os próximos dias, meses e anos, contando com todo o ouro que a galinha iria lhes proporcionar. Aportaram numa cidade muito rica e ele pegou várias arcas de ouro para continuar sua viagem, garantindo aos que emprestavam que pagaria com o resultado da viagem, e que, se nada mais desse certo, pagaria com os ovos da galinha. Orador eloqüente que era, os donos de capital sucumbiam à sua explanação, e ele angariou quantas arcas teve vontade.
E começou a gastar seus conteúdos: "Uniformes novos para todos; reconstruam meus aposentos com todo o conforto que mereço; contratem novos marujos com experiência e conhecedores deste mar, não importa o preço a pagar..." E assim foram-se esvaziando as arcas, e novas arcas eram emprestadas.
Durante todo o período, alguns dos tripulantes (principalmente os antigos), tentavam alertar o capitão para a importância de se fazer um enterro, mesmo que simbólico, dos marujos jogados ao mar, mas isso não acontecia. A partir do momento que os marujos eram jogados, suas famílias ficavam desamparadas, seus corpos largados aos tubarões... Tudo em prol da viagem, do objetivo final - que um dia foi de todos.
Navio reconstruído, tripulantes bem vestidos, mesmo famintos e sem forças, partiram para o que deveria ser a última parte da viagem - aliás, de um tempo pra cá, todas as partes eram a última, e o local de destino estava cada vez mais próximo. Mas o planejamento às vezes falhava. Aliás, ultimamente, às vezes funcionava, na verdade. Mas voltemos ao mar...
Os comerciantes das cidades portuárias mandavam mensageiros para cobrar as arcas, mas ainda não era chegada a hora da galinha começar a botar seus ovos. Até que a situação ficou insustentável, e a galinha precisava enfim botar ao menos um ovo, para salvar a tripulação - ou pelo menos salvar o nobre, o que era sua real preocupação.
Foi quando começou a maior tempestade...
Muita água, e a tripulação sem forças para reagir. Ondas, chuvas, ataques de pequenos barcos, que queriam de volta seus quinhões e que, isoladamente, nada representavam, mas no conjunto começavam a incomodar.
E a galinha então começou a cantar. Era um bom sinal. Ia colocar o esperado ovo. Momento importante, o nobre foi para seus aposentos com a galinha e, passados alguns minutos, saiu de lá, com algo entre as mãos: "Eu prometi e agora cumpro: eis o ovo de ouro da minha galinha" - disse ele levantando aquele ovo dourado para que todos vissem.
Espanto de uns, desconfiança de muitos. Os problemas estariam resolvidos?
Mas a natureza não estava preocupada com aquilo, e a chuva não parou, sequer diminuiu por causa do ovo de ouro. Foi então que alguns começaram a perceber que o tal ovo estava ficando com uma cor diferente...
Isso mesmo. O nobre, no intuito de acalmar a tripulação e evitar o motim, trancou-se com a galinha em seus aposentos, tomou um ovo comum em suas mãos e o pintou de dourado. Mas a chuva mostrou a farsa.
O descontentamento foi geral. O clima dentro do navio ficou muito ruim, e o motim só não aconteceu porque os marujos tinham se apegado aquele navio, àquela vida, e aos colegas. O nobre isolou-se em seus aposentos, e saía de lá de tempos em tempos apenas para dar ordens, ocasiões em que fazia questão de usar um tapa-ouvidos para ignorar os avisos dos tripulantes e o barulho das ondas e ventos, que anunciavam novas e maiores tempestades.
Mas os marujos precisavam se manter firmes, mesmo que a viagem e as tempestades fossem fazendo com que cada um seguisse o seu caminho, como aconteceu a um dos primeiros tripulantes, que abandonou o navio ainda no início da viagem para seguir sua própria rota, e do qual eles hoje se lembram com um misto de inveja e admiração.
O marujo que relatou estes fatos deixou este manuscrito na última cidade em que aportaram, e disse ainda que espera não estar no navio para escrever os últimos capítulos desta história, mas ainda precisa continuar a acompanhar a viagem, e assim que tiver alguma novidade, manda para nós, slaves.
Ele diz ainda que, depois da farsa descoberta da galinha de ovos de ouro, o último acontecimento que chamou a atenção dos marinheiros foi o aparecimento de ratos num determinado local do navio. Se a máxima de que os ratos são os primeiros a abandonar um navio à beira do naufrágio, ainda há a esperança de que eles tenham tempo de reagir, e mudar suas vidas.
Aguardem os próximos capítulos....
Um pequeno barco, ancorado num pequeno porto, numa pequena cidade, certa vez recebeu a visita de um grande nobre da região.
A tripulação esmerou-se em deixar o barco bem limpo, com o motor funcionando e mostrou-se muito receptiva à comissão do nobre.
Aquilo o encantou. E ele resolveu que iria comprar aquele barquinho. Ou melhor, ele iria transformar o barquinho num navio.
Com o seu dinheiro e seus conhecimentos, aquela tripulação iria longe, navegando pelos grandes mares, como os grandes navios já faziam. Iriam começar a concorrer com estes, antes vistos de longe e com admiração pelos tripulantes do barquinho, e a qualidade de seus serviços iria levá-los ao topo.
Dito e feito. Comprou o barquinho, aproveitou a tripulação, melhorou os equipamentos e máquinas e montou um navio. De primeira. Convidou os dois capitães do barquinho (que nem sabiam na verdade que eram capitães) a se juntar a ele no comando dessa grande embarcação.
Fizeram algumas viagens, mas sem muita emoção - algumas, aliás, eram de tédio absoluto. Até que um dia o grande nobre vislumbrou um novo roteiro de viagem, que jamais havia sido feito por nenhuma embarcação - nem barquinhos e nem navios...
Prepararam-se, planejaram tudo (o nobre comandante era um expert em planejamento), e começaram uma grande viagem.
Não sem antes aumentar a tripulação, afinal, o navio era muito grande para aqueles poucos. Ao fazer isso, conseguiram contratar marinheiros de qualidade, mas nem todos com a mesma qualidade dos primeiros - tanto que alguns deles se jogaram (ou foram jogados) ao mar na primeira tempestade. Outros, que deveriam ser jogados, aperfeiçoaram-se em servir ao nobre, tornando-se protegidos e livrando-se do "arremesso" precipitado. E não foram poucas as tempestades.
Mas eles não eram mais tripulantes de um barquinho, tinham estrutura e, principalmente, tinham um comando. E a cada tempestade que aparecia, o comandante, como um mágico, tirava de sua cartola uma nova solução.
O casco parecia furado, mas ele tirava a madeira de outro pedaço do navio e consertava o casco. E assim foram, mantiveram seu curso, naquele mar desconhecido.
Mas as madeiras para consertar o casco estavam se acabando. De tempos em tempos eles paravam em portos pelo caminho para tentar trazer para si outros tripulantes, outras mercadorias para transportar, gerando assim mais rendimentos para a companhia e mantendo-se firmes na viagem.
Era uma viagem longa e cansativa. As tempestades, cada vez mais, e maiores. Os tripulantes não tinham mais a mesma força para lutar contra as forças da natureza, e foram fraquejando, fraquejando...
E quando tudo parecia perdido, um motim parecia ser iminente, o capitão, sem descer de sua posição de nobre, anunciou, firme e convencido de si como sempre: -"Não se preocupem, marujos, pois eu tenho uma cartada com a qual nenhum de vocês contava...”.
Ao contrário de outras vezes, a tripulação não recebeu a novidade com empolgação. Mas ele continuou: -"Eu tenho aqui uma galinha que vai nos salvar". - As gargalhadas foram inevitáveis, mas ele esbravejou e exigiu silêncio: - "Tolos... Trata-se de uma galinha de ovos de ouro. Ela irá resolver todos os nossos problemas e nós vamos vencer, completar a viagem e ainda iremos rir muito de todas as tempestades que enfrentamos."
Mais uma vez, alguns se animaram com o anunciado - mas foram poucos. Mais precisamente, aqueles que mereciam ter sido jogados ao mar e não foram. E assim provaram mais uma vez para o nobre que mereciam permanecer a bordo...
A esta altura, os tripulantes do barquinho já não se preocupavam com nada além de manter suas próprias vidas, e para isso agarravam-se bravamente ao amor que tinham pelo mar e pela navegação.
Mas o comandante não temia nada... Mesmo nunca tendo comandado uma embarcação daquelas, mesmo sequer tendo sido marujo um dia, mantinha a certeza de que venceriam. E foi com esta perspectiva que ele, um dos maiores especialistas em planejamento, começou a dar a volta por cima.
Planejou os próximos dias, meses e anos, contando com todo o ouro que a galinha iria lhes proporcionar. Aportaram numa cidade muito rica e ele pegou várias arcas de ouro para continuar sua viagem, garantindo aos que emprestavam que pagaria com o resultado da viagem, e que, se nada mais desse certo, pagaria com os ovos da galinha. Orador eloqüente que era, os donos de capital sucumbiam à sua explanação, e ele angariou quantas arcas teve vontade.
E começou a gastar seus conteúdos: "Uniformes novos para todos; reconstruam meus aposentos com todo o conforto que mereço; contratem novos marujos com experiência e conhecedores deste mar, não importa o preço a pagar..." E assim foram-se esvaziando as arcas, e novas arcas eram emprestadas.
Durante todo o período, alguns dos tripulantes (principalmente os antigos), tentavam alertar o capitão para a importância de se fazer um enterro, mesmo que simbólico, dos marujos jogados ao mar, mas isso não acontecia. A partir do momento que os marujos eram jogados, suas famílias ficavam desamparadas, seus corpos largados aos tubarões... Tudo em prol da viagem, do objetivo final - que um dia foi de todos.
Navio reconstruído, tripulantes bem vestidos, mesmo famintos e sem forças, partiram para o que deveria ser a última parte da viagem - aliás, de um tempo pra cá, todas as partes eram a última, e o local de destino estava cada vez mais próximo. Mas o planejamento às vezes falhava. Aliás, ultimamente, às vezes funcionava, na verdade. Mas voltemos ao mar...
Os comerciantes das cidades portuárias mandavam mensageiros para cobrar as arcas, mas ainda não era chegada a hora da galinha começar a botar seus ovos. Até que a situação ficou insustentável, e a galinha precisava enfim botar ao menos um ovo, para salvar a tripulação - ou pelo menos salvar o nobre, o que era sua real preocupação.
Foi quando começou a maior tempestade...
Muita água, e a tripulação sem forças para reagir. Ondas, chuvas, ataques de pequenos barcos, que queriam de volta seus quinhões e que, isoladamente, nada representavam, mas no conjunto começavam a incomodar.
E a galinha então começou a cantar. Era um bom sinal. Ia colocar o esperado ovo. Momento importante, o nobre foi para seus aposentos com a galinha e, passados alguns minutos, saiu de lá, com algo entre as mãos: "Eu prometi e agora cumpro: eis o ovo de ouro da minha galinha" - disse ele levantando aquele ovo dourado para que todos vissem.
Espanto de uns, desconfiança de muitos. Os problemas estariam resolvidos?
Mas a natureza não estava preocupada com aquilo, e a chuva não parou, sequer diminuiu por causa do ovo de ouro. Foi então que alguns começaram a perceber que o tal ovo estava ficando com uma cor diferente...
Isso mesmo. O nobre, no intuito de acalmar a tripulação e evitar o motim, trancou-se com a galinha em seus aposentos, tomou um ovo comum em suas mãos e o pintou de dourado. Mas a chuva mostrou a farsa.
O descontentamento foi geral. O clima dentro do navio ficou muito ruim, e o motim só não aconteceu porque os marujos tinham se apegado aquele navio, àquela vida, e aos colegas. O nobre isolou-se em seus aposentos, e saía de lá de tempos em tempos apenas para dar ordens, ocasiões em que fazia questão de usar um tapa-ouvidos para ignorar os avisos dos tripulantes e o barulho das ondas e ventos, que anunciavam novas e maiores tempestades.
Mas os marujos precisavam se manter firmes, mesmo que a viagem e as tempestades fossem fazendo com que cada um seguisse o seu caminho, como aconteceu a um dos primeiros tripulantes, que abandonou o navio ainda no início da viagem para seguir sua própria rota, e do qual eles hoje se lembram com um misto de inveja e admiração.
O marujo que relatou estes fatos deixou este manuscrito na última cidade em que aportaram, e disse ainda que espera não estar no navio para escrever os últimos capítulos desta história, mas ainda precisa continuar a acompanhar a viagem, e assim que tiver alguma novidade, manda para nós, slaves.
Ele diz ainda que, depois da farsa descoberta da galinha de ovos de ouro, o último acontecimento que chamou a atenção dos marinheiros foi o aparecimento de ratos num determinado local do navio. Se a máxima de que os ratos são os primeiros a abandonar um navio à beira do naufrágio, ainda há a esperança de que eles tenham tempo de reagir, e mudar suas vidas.
Aguardem os próximos capítulos....
Sou um órfão do Desembucha!!
O que fizeram comigo não se faz.
Criei meu blog, como quem não quer nada, com um post idiota como este.
PAra mantê-lo no ar, coloquei mais dois outros posts, tão idiotas quanto o primeiro, mas fiquei firme, apesar de nem um pouco interessado no negócio (achava meio sem sentido, pra falar a verdade...).
Eis que, de repente, resolvi começar a levar a sério... Escrevi um post sobre o que acontecia em Nova York. Depois uma versão para o acontcido e, por fim, um conto, quase real.
Quando eu estava realmente empolgado e pensando no próximo post, me chega a notícia: O Desembucha subiu no telhado...
E fiquei puto da vida porque perdi meu domínio do Whatahell. E agora? Todos aqueles visitantes (18 desde julho até ontem, sendo pelo menos 10 deles eu mesmo) iriam ficar sentindo a falta de uma coisa tão importante em suas vidas...
Mas isso são águas passadas. O Blogger vai me salvar. E, se tudo correr bem, este vai ser o único post idiota - pelo menos o único "declaradamente" idiota.
O que fizeram comigo não se faz.
Criei meu blog, como quem não quer nada, com um post idiota como este.
PAra mantê-lo no ar, coloquei mais dois outros posts, tão idiotas quanto o primeiro, mas fiquei firme, apesar de nem um pouco interessado no negócio (achava meio sem sentido, pra falar a verdade...).
Eis que, de repente, resolvi começar a levar a sério... Escrevi um post sobre o que acontecia em Nova York. Depois uma versão para o acontcido e, por fim, um conto, quase real.
Quando eu estava realmente empolgado e pensando no próximo post, me chega a notícia: O Desembucha subiu no telhado...
E fiquei puto da vida porque perdi meu domínio do Whatahell. E agora? Todos aqueles visitantes (18 desde julho até ontem, sendo pelo menos 10 deles eu mesmo) iriam ficar sentindo a falta de uma coisa tão importante em suas vidas...
Mas isso são águas passadas. O Blogger vai me salvar. E, se tudo correr bem, este vai ser o único post idiota - pelo menos o único "declaradamente" idiota.
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